Quais são os riscos do cigarro eletrônico e como superar esse vício?

Cecilia Maiorano • 11 de dezembro de 2024

Os cigarros eletrônicos contêm substâncias tóxicas, como nicotina, metais pesados, formaldeído entre outras. As substâncias presentes no cigarro eletrônico não afetam somente o trato respiratório. Elas são absorvidas pelo sangue, podendo ter efeitos deletérios em todo o organismo. Confira a seguir quais são eles!


Quais são os malefícios do cigarro eletrônico?


O vapor quente resseca as cordas vocais, além de provocar inflamação e lesões que podem resultar em alterações na fala, como por exemplo, rouquidão.


Já nos pulmões, as substâncias químicas presentes no cigarro eletrônico podem irritar as vias aéreas levando ao desenvolvimento de bronquite, bronquiolite e enfisema, além de precipitar crises em pessoas que já têm diagnóstico de alguma doença respiratória crônica, como por exemplo asma.


O uso do vape também pode causar nflamação pulmonar que pode ser muito grave, resultando em alguns casos em insuficiência respiratória, até mesmo com necessidade de auxílio de oxigênio ou ventilador mecânico para respirar.


Além disso, já existem estudos científicos apontando que o cigarro eletrônico pode aumentar o risco do desenvolvimento de câncer de pulmão.

Bracken-Clarke D. Vaping and Lung Cancer – A review of current data and recommendations. Lung Cancer , 153 p 11-20, mar, 2021.

Disponível em: https://www.lungcancerjournal.info/article/S0169-5002(20)30758-3/abstract.

Acesso em 10/12/2024.


Além disso, substâncias contidas no vape podem alterar o sistema imunológico, aumentado o risco de infecções, principalmente do trato respiratório, como por exemplo pneumonia. O uso do cigarro eletrônico também se associa a complicações cardiovasculares como aumento da pressão arterial, aumento do risco de derrame (acidente vascular cerebral) e ataques cardíacos (infarto).


A quantidade de nicotina inalada pode ser muito maior se comparada aos cigarros convencionais, podendo levar a de um grau elevado dependência de nicotina e sintomas de abstinência quando se interrompe o uso.


Como funciona o tratamento para essas complicações?


O tratamento sempre depende da gravidade das lesões. A primeira orientação, que é válida para todos os casos, é a suspensão imediata do uso do cigarro eletrônico.

No caso das cordas vocais, pode ser necessária reabilitação com sessões de fonoterapia, medicamentos ou até cirurgia para os casos mais graves.


Em caso de acometimento pulmonar, o tratamento pode incluir medicamento antiinflamatório (corticóide), oxigênio (algumas pessoas podem ter um dano pulmonar tão intenso que o órgão não é capaz de efetuar corretamente a troca gasosa), e até mesmo ventilação mecânica em casos mais críticos.


Sessões de fisioterapia podem auxiliar na recuperação pulmonar.

Em caso de hipertensão arterial, infarto ou acidente vascular cerebral, o tratamento específico para cada doença é realizado após avaliação médica.


Quais práticas podem ajudar pacientes a superar o vício em cigarro eletrônico?



Existem algumas estratégias que podem auxiliar os pacientes a superarem o vício. Quando combinadas, a chance de sucesso aumenta muito.


Inicialmente é interessante se planejar e criar uma estratégia que mais se adeque às suas necessidades. Nos casos em que não exista uma lesão grave que ameace a vida e requeira interrupção com urgência do uso do vape, reduzir gradativamente o consumo e escolher uma data para parar de fumar é um bom começo.


Nos primeiros meses é aconselhável evitar ambientes que aumentem a chance de consumir o cigarro eletrônico, assim como evitar ficar próximo de pessoas que fumam.

É necessário também acompanhamento com profissional especializado, como por exemplo, pneumologista ou psiquiatra. Esses profissionais podem prescrever medicamentos, como bupropiona e terapias de reposição de nicotina na forma de adesivos ou gomas de mascar.


Trata-se de uma dependência, portanto o apoio psicológico é fundamental, havendo benefícios tanto com terapias em grupo quanto individuais. A terapia cognitivo-comportamental é indicada e objetiva entender e modificar padrões e hábitos relacionados ao uso do cigarro eletrônico.


A prática de exercício físico, meditação e técnicas de relaxamento podem ser muito úteis para reduzir a ansiedade.


E por fim, é muito importante buscar informação de qualidade em fontes confiáveis. Conhecer os malefícios do vape pode ser um incentivo para interromper o uso.


O tratamento de qualquer dependência é muito complexo, mas é possível vencer essa batalha com auxílio profissional, de amigos e familiares.


Se você faz uso de cigarro eletrônico, agende uma consulta para avaliação pulmonar.

Se você deseja interromper o uso, nunca é tarde demais, estamos aqui para te ajudar!

Por Cecilia Maiorano 3 de julho de 2025
Cigarro eletrônico: o que você precisa saber antes de usar Nos últimos anos, o cigarro eletrônico se popularizou como uma alternativa ao cigarro tradicional. Mas será que ele é realmente mais seguro? Quais os riscos envolvidos no seu uso? Neste artigo, vamos explicar, de forma clara e baseada em evidências científicas, tudo o que você precisa saber sobre o tema. O que é o cigarro eletrônico? Também conhecido como vape, o cigarro eletrônico é um dispositivo que aquece um líquido (geralmente à base de propilenoglicol, glicerina, nicotina e aromatizantes) para gerar um vapor que é inalado pelo usuário. A proposta inicial desses dispositivos era oferecer uma alternativa “menos nociva” ao cigarro comum, o que acabou atraindo muitos jovens e até não fumantes. Cigarro eletrônico faz mal? Sim, faz mal à saúde. Embora não contenha alcatrão nem algumas das mais de 7.000 substâncias tóxicas do cigarro convencional, o cigarro eletrônico está longe de ser inofensivo. Diversos estudos mostram que ele danifica as vias respiratórias, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e pode até mesmo conter metais pesados (como níquel, chumbo e cádmio), liberados durante o aquecimento dos líquidos. Fonte: OMS – Organização Mundial da Saúde Quais os efeitos no pulmão? Os efeitos do cigarro eletrônico no sistema respiratório são diversos e preocupantes: Irritação das vias aéreas; Aumento de crises em pacientes asmáticos; Risco de doenças como bronquiolite obliterante (“pulmão de pipoca”); Maior suscetibilidade a infecções virais e bacterianas; Casos de lesão pulmonar aguda grave associada ao uso de cigarros eletrônicos (chamada de EVALI), que já causou mortes, especialmente nos Estados Unidos. Fonte: CDC – Centers for Disease Control and Prevention E quanto à nicotina? A maioria dos líquidos para vape contém nicotina em altas concentrações, que é uma substância altamente viciante. Além da dependência, ela causa aumento da frequência cardíaca, elevação da pressão arterial e pode ter efeitos negativos sobre o desenvolvimento cerebral de adolescentes. Além disso, há evidências de que usuários de cigarro eletrônico têm maior chance de migrar para o cigarro convencional – o oposto do que se desejaria em estratégias de cessação do tabagismo. Fonte: JAMA Network – Nicotine Addiction in Youth Cigarro eletrônico ajuda a parar de fumar? Essa é uma dúvida comum. Embora alguns estudos mostrem que os vapes podem ser usados como ferramenta de cessação, os resultados ainda são inconclusivos e a maioria dos órgãos de saúde pública não recomenda seu uso para esse fim. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há outras formas mais seguras e eficazes de parar de fumar, como: Terapia cognitivo-comportamental; Adesivos, chicletes ou sprays de nicotina; Medicamentos prescritos (como bupropiona ou vareniclina). Fonte: OMS – Tobacco Cessation Guidelines Por que os jovens estão usando tanto? Um dos maiores problemas atuais é o uso crescente de cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos. Os dispositivos têm visual moderno, sabores doces e frutados, e são facilmente acessíveis – muitas vezes de forma ilegal. Isso cria um ciclo preocupante: jovens que nunca fumaram acabam expostos à nicotina, desenvolvem dependência e podem evoluir para o cigarro tradicional. Cigarro eletrônico é proibido no Brasil? Sim. Desde 2009, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. No entanto, o acesso ainda ocorre por meio da internet e do contrabando, o que dificulta a fiscalização. Fonte: ANVISA – Resolução RDC nº 46/2009 Conclusão: o cigarro eletrônico não é seguro O cigarro eletrônico não é uma alternativa segura. Ele expõe o organismo a uma série de substâncias tóxicas, aumenta o risco de dependência de nicotina, pode causar doenças respiratórias graves e ainda facilita o início do tabagismo, principalmente entre os jovens. Se você quer parar de fumar, busque orientação médica. Existem tratamentos eficazes e seguros, sem necessidade de trocar um vício pelo outro.
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