DPOC: o que é, sintomas e como tratar essa doença pulmonar

Cecilia Maiorano • 4 de agosto de 2025

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição respiratória comum, progressiva e que pode comprometer muito a qualidade de vida. Mas a boa notícia é que, com o diagnóstico correto e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e viver melhor.


Se você sente falta de ar frequente, tosse com catarro ou já fumou por muito tempo, este conteúdo é para você. Continue a leitura e entenda o que é a DPOC e quando procurar ajuda médica.


O que é a DPOC?


A DPOC é uma doença pulmonar que dificulta a passagem do ar pelos pulmões. Ela engloba duas condições principais:

Enfisema pulmonar – quando os alvéolos (estruturas responsáveis pela entrada de oxigênio no organismo) são destruídas;

Bronquite crônica – quando há inflamação persistente dos brônquios, com produção excessiva de secreçãoe.


Ambas resultam em obstrução das vias aéreas e dificultam a entrada e saída de ar dos pulmões. A doença é crônica e tende a piorar com o tempo, especialmente se não for tratada.


Quais são os sintomas da DPOC?


Os sintomas mais comuns da DPOC incluem:

Falta de ar, principalmente ao fazer esforço;

Tosse persistente, com ou sem catarro;

Chiado no peito;

Sensação de aperto ou peso no peito;

• Cansaço frequente, mesmo em atividades simples do dia a dia.


Com o tempo, a doença pode evoluir para crises graves de falta de ar, com piora da tosse e do catarro, chamadas de exacerbações, que muitas vezes exigem atendimento de emergência ou internação hospitalar.


Quais são as causas da DPOC?


A principal causa da DPOC é o tabagismo. Estima-se que cerca de 85% dos casos estejam relacionados ao uso de cigarro – inclusive os eletrônicos e o narguilé.


Outros fatores de risco são:

• Exposição prolongada a poluentes ambientais ou ocupacionais (poeira, fumaça, produtos químicos);

• Histórico de infecções respiratórias de repetição na infância;

Deficiência genética de alfa-1 antitripsina (raro);

• Exposição à fumaça de fogão à lenha ou carvão em ambientes fechados.


 Fonte: GOLD – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease



Como é feito o diagnóstico?


O diagnóstico da DPOC é clínico e funcional. O médico pneumologista avaliará os sintomas, o histórico do paciente e solicitará um exame chamado espirometria, que mede a capacidade respiratória.


Esse exame é essencial para confirmar o diagnóstico e classificar a gravidade da obstrução pulmonar.



DPOC tem cura?


Infelizmente, a DPOC não tem cura, mas tem tratamento. Com o acompanhamento adequado, é possível controlar os sintomas, reduzir o número de crises e melhorar muito a qualidade de vida do paciente.



Como é o tratamento da DPOC?


O tratamento da DPOC envolve medidas clínicas, medicamentosas e de reabilitação. Os pilares principais são:


Parar de fumar

O dano que o cigarro causa é irreversível e parar de fumar interrompe a progressão da doença.  Portanto, essa é a medida mais eficaz de todos os tratamentos disponíveis. 


Uso de medicamentos inalatórios

São os chamados broncodilatadores e, em alguns casos, corticoides inalatórios, que ajudam a abrir as vias respiratórias e controlar a inflamação.


Reabilitação pulmonar

São programas de exercício físico supervisionado e orientação fisioterapêutica que ajudam a melhorar a respiração, reduzir o cansaço e aumentar a capacidade funcional.


Vacinação

Pacientes com DPOC devem manter as vacinas em dia (principalmente influenza, pneumococo, COVID-19, vírus sincicial respiratório, coqueluche e herpes zoster). As infecções respiratórias podem agravar a doença, muitas vezes resultando em internação hospitalar e até óbito. 


Oxigenoterapia

Em estágios mais avançados da DPOC, pode ser necessário o uso domiciliar de oxigênio suplementar.


Tratamento cirúrgico

Embora a maioria dos pacientes com DPOC seja tratada com medicamentos, reabilitação e oxigenoterapia, alguns casos graves e selecionados podem se beneficiar de tratamentos intervencionistas ou cirúrgicos. Veja as principais opções:



  • Válvulas endobrônquicas (tratamento broncoscópico): pequenos dispositivos colocados por broncoscopia, que bloqueiam o ar em partes do pulmão destruídas pelo enfisema.
  • Cirurgia redutora de volume pulmonar: remoção cirúrgica de partes do pulmão gravemente danificadas pelo enfisema. 
  • Transplante pulmonar


Vale lembrar que o tratamento cirúrgico não é indicado para todos os casos. O pneumologista experiente no atendimento de pacientes com DPOC é quem avalia se há benefício de uma dessas terapias para cada caso em particular. 


Quando procurar um pneumologista?


Se você apresenta tosse persistente, falta de ar frequente ou tem histórico de tabagismo, o ideal é consultar um médico pneumologista o quanto antes. O diagnóstico precoce faz toda a diferença para controlar a doença e evitar sua progressão.


Na nossa clínica, oferecemos avaliação clínica de pacientes e acompanhamento da DPOC, com tratamentos atualizados, sempre com atenção personalizada.



Conclusão: viver bem com DPOC é possível


A DPOC é uma doença séria, mas que pode ser controlada. Com o acompanhamento certo e mudanças no estilo de vida, muitos pacientes conseguem viver com mais fôlego, disposição e qualidade de vida.


Agende uma consulta.

Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

Estamos aqui para cuidar da sua respiração.


Por Cecilia Maiorano 3 de julho de 2025
Cigarro eletrônico: o que você precisa saber antes de usar Nos últimos anos, o cigarro eletrônico se popularizou como uma alternativa ao cigarro tradicional. Mas será que ele é realmente mais seguro? Quais os riscos envolvidos no seu uso? Neste artigo, vamos explicar, de forma clara e baseada em evidências científicas, tudo o que você precisa saber sobre o tema. O que é o cigarro eletrônico? Também conhecido como vape, o cigarro eletrônico é um dispositivo que aquece um líquido (geralmente à base de propilenoglicol, glicerina, nicotina e aromatizantes) para gerar um vapor que é inalado pelo usuário. A proposta inicial desses dispositivos era oferecer uma alternativa “menos nociva” ao cigarro comum, o que acabou atraindo muitos jovens e até não fumantes. Cigarro eletrônico faz mal? Sim, faz mal à saúde. Embora não contenha alcatrão nem algumas das mais de 7.000 substâncias tóxicas do cigarro convencional, o cigarro eletrônico está longe de ser inofensivo. Diversos estudos mostram que ele danifica as vias respiratórias, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e pode até mesmo conter metais pesados (como níquel, chumbo e cádmio), liberados durante o aquecimento dos líquidos. Fonte: OMS – Organização Mundial da Saúde Quais os efeitos no pulmão? Os efeitos do cigarro eletrônico no sistema respiratório são diversos e preocupantes: Irritação das vias aéreas; Aumento de crises em pacientes asmáticos; Risco de doenças como bronquiolite obliterante (“pulmão de pipoca”); Maior suscetibilidade a infecções virais e bacterianas; Casos de lesão pulmonar aguda grave associada ao uso de cigarros eletrônicos (chamada de EVALI), que já causou mortes, especialmente nos Estados Unidos. Fonte: CDC – Centers for Disease Control and Prevention E quanto à nicotina? A maioria dos líquidos para vape contém nicotina em altas concentrações, que é uma substância altamente viciante. Além da dependência, ela causa aumento da frequência cardíaca, elevação da pressão arterial e pode ter efeitos negativos sobre o desenvolvimento cerebral de adolescentes. Além disso, há evidências de que usuários de cigarro eletrônico têm maior chance de migrar para o cigarro convencional – o oposto do que se desejaria em estratégias de cessação do tabagismo. Fonte: JAMA Network – Nicotine Addiction in Youth Cigarro eletrônico ajuda a parar de fumar? Essa é uma dúvida comum. Embora alguns estudos mostrem que os vapes podem ser usados como ferramenta de cessação, os resultados ainda são inconclusivos e a maioria dos órgãos de saúde pública não recomenda seu uso para esse fim. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há outras formas mais seguras e eficazes de parar de fumar, como: Terapia cognitivo-comportamental; Adesivos, chicletes ou sprays de nicotina; Medicamentos prescritos (como bupropiona ou vareniclina). Fonte: OMS – Tobacco Cessation Guidelines Por que os jovens estão usando tanto? Um dos maiores problemas atuais é o uso crescente de cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos. Os dispositivos têm visual moderno, sabores doces e frutados, e são facilmente acessíveis – muitas vezes de forma ilegal. Isso cria um ciclo preocupante: jovens que nunca fumaram acabam expostos à nicotina, desenvolvem dependência e podem evoluir para o cigarro tradicional. Cigarro eletrônico é proibido no Brasil? Sim. Desde 2009, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. No entanto, o acesso ainda ocorre por meio da internet e do contrabando, o que dificulta a fiscalização. Fonte: ANVISA – Resolução RDC nº 46/2009 Conclusão: o cigarro eletrônico não é seguro O cigarro eletrônico não é uma alternativa segura. Ele expõe o organismo a uma série de substâncias tóxicas, aumenta o risco de dependência de nicotina, pode causar doenças respiratórias graves e ainda facilita o início do tabagismo, principalmente entre os jovens. Se você quer parar de fumar, busque orientação médica. Existem tratamentos eficazes e seguros, sem necessidade de trocar um vício pelo outro.
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